Há exatos 200 anos, às margens do córrego do Ipiranga, o Brasil iniciava a sua transformação numa pátria soberana. Com o coração cheio de orgulho, celebramos, agora, o bicentenário da Independência do Brasil. Neste 7 de Setembro, o povo brasileiro reforça seu compromisso com a preservação da nossa história.
A reabertura do Museu do Ipiranga simboliza uma vacina contra o obscurantismo, a ignorância, o ódio e o separatismo que, infelizmente, assolam nosso país.
Dentro de mim há uma certeza: a passagem pela vida pública durou seis anos, mas o legado de obras como esta, do Museu do Ipiranga, é eterno. Há uma satisfação pelo cumprimento de desafios que realizamos ao lado de Rodrigo Garcia, de Sergio Sá Leitão, da Universidade de São Paulo (USP), de patrocinadores e de tantos colaboradores, para entregar este novo museu ao Brasil.
Toda vez que eu assistir a uma reportagem sobre o Museu do Ipiranga, terei certeza de que valeu a pena. Valeu a pena empreender. Valeu a pena enfrentar. Valeu a pena lutar contra os críticos e céticos.
São Paulo devolve aos brasileiros aquele que é o maior e mais importante monumento histórico do nosso país.
Neste 7 de Setembro, o novo Museu do Ipiranga reabre suas portas após quase uma década fechado. Continuar virando as costas para um monumento à liberdade e à história do Brasil seria proteger o desconhecimento. E amparar a incompetência. Nós não aceitamos a inércia como resposta às adversidades que o tempo e a escassez de recursos estavam impondo ao nosso patrimônio e à nossa memória.
Em 2019, ainda no início do mandato que exercemos como governador, elegemos a restauração do Museu do Ipiranga e do Parque da Independência como um compromisso irrevogável com a população da cidade de São Paulo, do nosso Estado e de todo o País. E, felizmente, tivemos êxito.
A restauração deste gigantesco complexo em menos de quatro anos é a prova de que, em São Paulo, a defesa da cultura e da preservação do legado histórico anda de braços dados com a inovação, a criatividade e a qualidade na gestão pública.
Provamos que a persistência, a dedicação ao trabalho e a capacidade de superar adversidades podem e devem ser exemplo para todos. E que a parceria entre o poder público, a sociedade civil e a iniciativa privada é o melhor e mais rápido caminho para o sucesso que o Brasil pode e deve ter.
Sem recursos próprios para custear este imenso projeto de restauração e modernização do novo Museu do Ipiranga, levamos nossa proposta a empresas, bancos e instituições de fomento. A iniciativa capitaneada pelo governo do Estado conseguiu captar R$ 170 milhões entre recursos incentivados pela Lei Rouanet e patrocínios diretos. Com a adição de aportes públicos do governo de São Paulo e da USP, alcançamos a cifra de R$ 235 milhões para que o novo Museu do Ipiranga saísse do papel. E hoje possa ser celebrado.
Agradeço a todos os patrocinadores, parceiros e apoiadores que tornaram possível este projeto, que é um verdadeiro marco para a cultura nacional. E agradeço, ainda, ao governo federal pela Lei Rouanet.
Também faço agradecimento a centenas de profissionais anônimos, que trabalharam dia e noite para que o novo Museu do Ipiranga estivesse pronto para o bicentenário da Independência.
Com capacidade dobrada de público e sistemas completos de acessibilidade, segurança e prevenção contra incêndios, o museu reabre suas portas com um inédito aparato multimídia de última geração e mais de 3 mil peças em exposição – entre elas, a consagrada pintura Independência ou Morte, do artista paraibano Pedro Américo.
Graças a uma mobilização inovadora, a população recebe, agora, um complexo cultural e turístico restaurado nos menores detalhes e modernizado com tecnologia de ponta. O novo Museu do Ipiranga voltou a ser uma referência histórica, arquitetônica e artística de destaque no cenário mundial. O museu vai receber mais de 1,5 milhão de visitantes por ano, a partir deste mês de setembro.
Festejamos a liberdade, a autonomia, o respeito às instituições e a convivência harmoniosa e pacífica com as nações amigas de todo o mundo.
É dos livros que as pessoas sábias obtêm o consolo dos problemas da vida, ensina o escritor Victor Hugo. E eu acrescento: é no interior de um museu que seu povo reverencia a sua história.
Lembro que o gesto de Dom Pedro naquele 7 de Setembro de 1822 não foi apenas um grito de independência. Foi, sim, a reunião de diversos Brasis em uma nação livre e única, pronta para trilhar seu próprio destino e se tornar um dos países mais importantes do mundo. Que os ideais e a ousadia dos desbravadores e entusiastas da independência do Brasil nos inspirem sempre a trilhar o caminho da liberdade, da paz e do progresso. Que a cultura continue sendo um trampolim para a redução das desigualdades. Que a cultura possa, também, continuar abrindo portas para um novo amanhã. E encher de esperança o coração do povo brasileiro.
Viva a Independência do Brasil! Viva o novo Museu do Ipiranga!
Notícia publicada em: 6 de setembro de 2022